Grandes Mulheres - Eva

“Finalmente!”, exclamou o homem. “Esta é osso dos meus ossos, e carne da minha carne! Será chamada ‘mulher’, porque foi tirada do ‘homem’”.

Gênesis 2:23

Este dia, oito de março, Dia Internacional da Mulher, foi o evento gerador da série de devocionais que pretendemos fazer durante todo este mês. Sob o tema Grandes Mulheres, vamos nos lembrar dos grandes feitos e exemplos deixados por estas distintas personagens, que ao se colocarem nas mãos de Deus, agregaram valor ao gênero e deram exemplo de sua importância nos planos do Eterno.

A decisão de mencionar uma mulher a cada dia fez surgir um novo desafio: Qual delas poderia representar todas as demais da lista, e todas as outras do mundo inteiro, de todos os tempos? A lista começou com 25 nomes, que considerei à altura da missão estabelecida. Critérios um pouco mais apurados e a lista passou para 11 nomes. Ainda era muito. Um novo filtro foi estabelecido e chegamos a dois grandes nomes: Eva e Maria! A primeira mulher do planeta e a mãe de Jesus. Grandes símbolos da humanidade, grandes representantes do universo bíblico feminino, duas grandes mulheres a serem sempre lembradas. E desta vez ficamos com Eva.

Reconheço que a escolha possa ser questionada neste instante, justamente porque toda vez que nos lembramos de Eva, a primeira imagem que surge em nossa mente é o momento em que ela aceita a proposta da serpente e toma do fruto para comer, desobedecendo uma ordem divina e permitindo a entrada do pecado no mundo. Outro fator importante para o questionamento está no fato de haver, mesmo entre os cristãos, aqueles que defendem a ideia de que o relato bíblico da criação do mundo, e consequentemente do ser humano, e da entrada do pecado no planeta, como sendo uma espécie de alegoria quase sem sentido. Mas me permita apresentar as razões consideradas na escolha.

Eva surge como uma resposta de Deus a uma necessidade gerada no coração do homem. Ao perceber que era o único que não estava acompanhado por uma parceira com características semelhantes as dele, Adão é levado a um sono profundo, e ao acordar percebe que, de uma de suas costelas, Deus havia formado sua auxiliadora. Ao declarar “Esta é osso dos meus ossos, e carne da minha carne!”, Adão apresentava a primeira declaração de amor entre os seres humanos.

Embora suas palavras nos pareçam estranhas, sua intenção, como explicam diversos comentaristas bíblicos, era deixar evidente o que estava em seu coração. Reconheceu, no instante em que a viu, que ela completaria, em toda a sua existência, aquilo que lhe faltava. Ela seria resistência, quando lhe sobrasse força; seria emoção, quando lhe sobrasse razão. Eva seria a ligação mais forte entre o casal e os filhos, quando sobrasse, em Adão, preocupações com a manutenção da casa; ela estaria emocionalmente mais conectada à felicidade da família, enquanto ele estaria mais preocupado com a segurança do lar. Não quero, de maneira nenhuma, dizer com isso que resistência, emoção, afeto e interesse pela felicidade da família sejam características ausentes à realidade masculina, pelo contrário, quero apenas reforçar o fator complementar, estabelecido desde aquela primeira união.

Eva também representa todas as mães da história, que com dores geram seus filhos, mas não abrem mão de suas companhias, pelo restante da vida. Ao tomar seu primeiro menino no colo, amou-o de uma forma tão especial, que imaginou, inclusive, que ele seria o presente mais especial que poderia receber de Deus. Mas ela também representa todas as mães que tiveram a infelicidade de sepultar um filho, contrariando a lógica da existência, onde os mais novos sepultam os mais velhos, e os filhos se despedem dos pais. Imagino o que se passou em sua mente e o quanto sangrava seu coração por perder dois filhos de uma única vez. Eva representa uma multidão de mães que esperam pelo retorno de um filho que fugiu, em busca de não se sabe o quê, e se encontram perdidos, enquanto buscam por liberdade e felicidade, onde sabem que não encontrarão. Eva foi a primeira de muitas mães, que oraram, e oram a Deus, pedindo que o Eterno cuide de seus preciosos filhos, estejam onde estiverem.

Ainda que se tenha permitido enganar pela serpente, Eva estava representada nas palavras do profeta, ao comparar o amor de Deus ao amor de mãe, por saber da força encontrada nesses laços de afeto, carinho, cuidado e atenção. Assim, neste 08 de março de 2021, bem como em todos os demais dias da minha vida, entre minhas primeiras ações, estará a gratidão a Deus por dar-me a alegria de viver ao lado de mulheres incríveis.

Por isso, farei dessa Grande Mulher, Eva, representante de cada uma das mulheres que neste dia recebem, com merecimento, as mais diferentes formas de homenagem. De todas vocês, que sendo esposas, mães, filhas ou irmãs, sob a orientação do céu, lutam por dias melhores para todos nós, e oram incansavelmente pela felicidade daqueles a quem tanto amam.

Sempre que falo com o Eterno, agradeço a magia dos sorrisos e o brilho encantador de seus olhos. Manifesto minha gratidão pela esperança que lhes enche o coração e confere sentido à nossa existência. Oro para que tenham sempre a certeza de que são alvos preferidos do Amor do Pai. Peço, enquanto oro, que nunca se esqueçam da Graça oferecida por Jesus Cristo e do valor que o Céu atribui a cada uma de vocês. Enquanto oro, lembro que são a resposta de Deus às minhas mais reais necessidades, uma maneira especial que Ele encontrou de completar o que me faltava.

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Marcilio Egidio - Marcilio - Egidio - Coletivo Cafarnaum

Marcilio Egidio

Esposo, pai e pastor – nessa ordem. Eterno aprendiz da arte de servir. Alguém que decidiu colecionar os melhores amigos que a vida pode oferecer.