FÉ(r)utilidade

Por Lilian Loietes 07 | 10 | 2020

Essa foto retrata perfeitamente o que fiz durante o meu período de obsessão para engravidar. Me joguei de cara e absorvi tanto conteúdo sobre o tema, que eu realmente achava que aquilo ia me ajudar. Não vou dizer que tudo foi em vão, porque não foi. Mas de tudo que li, vi e ouvi sobre, 95% de fato não me ajudou em nada, só me deixava ansiosa, nervosa, me levava a comparar minha situação com a de outra pessoa, enfim, me fazia mal. Só de lembrar sinto meu estômago embrulhar.

Mas é agora que te conto, como essa chave virou na minha cabeça, e espero que também vire na sua. Vamos lá…

Bem depois de algum tempo, eu estava cansada, frustrada, já havia entendido que minhas prioridades estavam invertidas. Precisava reorganizar as coisas, porque  queria voltar a ter paz. Mas a paz não é um mero sentimento é uma pessoa, é Jesus. Foi então que decidi que dedicaria os primeiros três meses do ano a leitura exclusiva da Bíblia,  e quem me acompanha a mais tempo vai se lembrar disso. E foi uma experiência única. Me lembro de ter pensado porque tentei tantas vezes achar esse alento em fontes erradas.

Depois que finalizei a leitura, comecei a ler um livro que havia ganhado de presente do meu esposo, chamado “A Resolução de toda Mulher”. Li com muita calma, cada capitulo precisava ser muito bem digerido, e me fazia olhar para muitas coisas que antes eu estava negligenciando. O livro é realmente abençoado e te convido a dar uma olhada nele, no meu destaque chamado “Trechos”, vale super a pena.

Mas teve um assunto em especial que mexeu muito comigo, e o assunto foi o Contentamento. Eu lia e relia, marcava, e pensava: Não consigo! Comigo é diferente, ela não sabe o que estou passando. . .  Por fim terminei a leitura, mas esse assunto ainda me incomodava, eu sentia que não estava bem resolvido. Foi quando decidi ir mais a fundo, comprei então o livro Contentamento, na versão digital, mesmo porque eu precisava resolver aquilo.

Comecei a ler e me deparei com essa frase: “Contentamento é a habilidade de permanecer satisfeita com a vontade de Deus em todas as circunstâncias, sejam elas fáceis, sejam elas difíceis”.

Foi quando percebi que o Senhor estava me convidando a encarar tudo isso de uma outra forma. Eu até poderia tentar descrever como foi esse processo, mas seria pouco perto do que realmente aconteceu. Primeiro ter a compressão de que o Descontentamento é pecado, me trouxe uma verdade que eu ainda não tinha. A verdade que somos ótimos categorizadores de pecados, e achamos que por não estarmos matando nem roubando, somos ótimas pessoas, que merecem estrelinhas na testa por bom comportamento. 

Não era fácil mas eu precisava aprender essa nova habilidade. Eu realmente queria, trocar a inquietação provocada pelo descontentamento pelo descanso do contentamento. O descontentamento alimenta o desejo pelas coisas que não temos, nos fazendo cobiçar o que não é nosso, enquanto recusamos a gratidão e ficamos infelizes com aquilo que já temos.

Primeiro, precisei identificar e confessar o meu pecado do descontentamento. Segundo, tive de entender a importância de dominar meus pensamentos e então colocar em prática. Fiquei fascinada com a ilustração que a autora usa. Ela diz que a nossa tendência é que quando deixamos os nossos pensamentos por conta própria, eles normalmente se afundam no lixo, escavando e desenterrando coisas carnais, mundanas, mentiras, pecados, falhas, amarguras, preocupações…

Ela diz: “…entramos no depósito de lixo e nos alimentamos desse lixo o dia inteiro, semana após semana, ano após ano. Não é de espantar que temos a cabeça cheia de problemas. Esse é o motivo pelo qual Deus nos diz para que coloquemos nossa mente em coisas melhores.”

Me sentia tão envergonhada, quanto lixo eu estava revirando, e pior, me alimentando disso, como poderia esperar que algo florescesse assim? Confesso que essa foi e tem sido a parte mais difícil, essa habilidade não se conquista do dia pra noite, com o tempo começamos a ter uma percepção mais clara do momento que voltamos para a lixeira, e isso é ótimo, porque podemos decidir sair de lá. Foi quando entendi que eu podia estar em um lugar muito melhor, ao invés de me alimentar de amargura, ressentimento, da inveja e do descontentamento. Eu podia aceitar o convite do Pai de me alimentar da Graça. 

Se desejamos buscar em primeiro lugar o reino de Deus e Sua justiça, não é na lixeira onde o encontraremos, mas, sim, à destra de Deus, onde Cristo está. E quando parei de alimentar minha mente de todo aquele lixo, comecei a entender que tudo que acontece está contribuindo para o meu bem espiritual, para que o nome Dele seja honrado. Só Deus sabe como eu precisava passar por esse processo. Ele está me dando oportunidades de exercer minha fé e confiança nEle. 

A gratidão tem sido fundamental neste processo, ela não vem naturalmente, deve ser cultivada, encorajada, nutrida, promovida e estimulada, até que se torne um hábito diário.

“Quando começamos a ter prazer em nossas dificuldades por causa de Cristo, elas perdem seu poder sobre nós. Somos libertas em Cristo para vermos Deus trabalhar. Ficamos mais que contentes. Tornamo-nos fortes!

Pegue sua fraqueza dada por Deus, e peça a Ele que demonstre Seu poder e força nela. Pegue suas enfermidades dadas por Deus e vanglorie-se nelas. Tenha prazer nessas coisas.”

Tenho procurado não desperdiçar nenhuma aflição ou problema que vier de encontro ao meu caminho, olho para ela e tento tirar proveito de cada situação aplicando o contentamento. E isso me traz paz. E me lembro que não eu, mas Deus é o Autor da minha história, e por essa razão não existe motivo para que meu coração se inquiete e se turbe. 

Os próximos capítulos estão nas mãos dEle. Não há o que temer!

QUEM ESCREVE:

Lilian Loietes

Pedagoga.

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