DEVOCIONAL - T1 | E11

CELEBRAÇÃO E TESTEMUNHO

 

“Todos os habitantes de Sião celebrem em alta voz, pois grande é o Santo de Israel que vive em seu meio.”  

Isaías 12:06

O verso 6 encerra não apenas o capítulo 12 de Isaías, mas um salmo de ação de graças. Como se pode observar, o hino trata de uma continuação do que foi apresentado no capítulo anterior, onde o Messias é apontado como aquele que libertaria os justos das mãos dos opressores. Assim como o cântico de Moisés, este hino é mais uma manifestação da gratidão do povo pela liberdade e salvação oferecida por seu Deus.

Gosto de assistir esportes na Tv, ainda que não tenha preferência por um time ou modalidade. Gosto de histórias de superação e dos arranjos estratégicos que os técnicos promovem em suas respectivas equipes. Também acho interessante a leitura que se deve fazer na tentativa de se antecipar as jogadas ou movimentos dos adversários. Porém o que mais me chama a atenção ao acompanhar esses programas esportivos é a reação da torcida e de torcedores específicos.

Essa gente apaixonada por seus times de coração, fãs incondicionais de seus atletas favoritos, não se importam nem um pouco com o que vão pensar a seu respeito enquanto manifestam sua alegria por uma vitória ou jogada espetacular. Reagem de maneira eufórica, por vezes emocionalmente descontrolada, mas  não abrem mão de dar provas de sua paixão. Reagem assim por acreditarem no que estão fazendo, por entenderem que desta forma podem contribuir com o sucesso de seu time, ou do atleta em questão. Às vezes são pais ou familiares de quem está em campo, na quadra, na pista ou nas piscinas, mas geralmente são pessoas totalmente desconhecidas de quem está competindo. Temos também aqueles torcedores ilustres que agregam valor à imagem do esportista, no entanto, a grande maioria é composta de anônimos que dariam uma boa parte do que têm por uma foto, um abraço ou expressão pessoal de agradecimento de seus astros.

Morei, por um tempo, ao lado de uma família de apaixonados. Imagino que eram uns pelos outros também, mas me refiro aqui à sua paixão pelo time do coração. Era interessante que ao menor sinal da possibilidade de um gol, eles aumentavam em muito a intensidade da voz, como que querendo ser ouvidos pelos jogadores, a quilômetros de distancia do local do jogo. Quando o gol era marcado, um fenômeno interessante, ao menos para mim, se observava. Dois dos moradores do apartamento corriam para a sacada e se penduravam no parapeito, agarrados à tela de proteção ali instalada, sem se incomodarem com o fato de morarmos no 19o. andar do prédio. Dali faziam saber, a todos os demais moradores do condomínio, da sua alegria pelo sucesso de seu time. Eu achava aquilo demais!

Demais no sentido de ser interessante de se ver, embora também achasse demais no sentido de desnecessário. Talvez por ter acrofobia, um medo exagerado de altura; talvez por não ser um torcedor apaixonado como eles. Mas no geral, gostava ao menos de assistir aquela manifestação eufórica de alegria, e porque não, de gratidão.

Nosso verso de hoje nos convida a celebrar, em alta voz, um evento muito maior que a conquista de um campeonato ou a glória de uma medalha olímpica. Sugere a importância de fazer com que todos saibam da nossa alegria pela certeza de ter conosco a companhia do Criador do Universo. O verso, como disse, encerra um hino de louvor, que por sua vez, encerra o que é chamado em Isaías de “Livro de Emanuel” – Deus Conosco!

O convite, no entanto, se faz necessário, porque infelizmente parece que temos tido muito menos intenção de comemorarmos esta notícia que a vitória de nosso time do coração. Nossa disposição de tornar conhecidas as nossas conquistas tem sido muito maior que nossa disposição de demonstrar, de todo coração, alma e força, nosso amor e gratidão a Deus por tudo o que Ele é e tem feito por nós. Por vezes tenho me escondido sob o manto de um louvor tímido e limitado, por medo da reação de amigos e familiares que não acompanham minha comunidade religiosa. Tenho medo de ser caricaturado e me tornar motivo de gracejos por aqueles a quem eu deveria testemunhar da alegria de ter o Eterno como companheiro de jornada.

Talvez devesse correr o risco, como meus vizinhos, em relação a mim mesmo, de ter minhas reações de louvor e gratidão a Deus, consideradas como demais(!) – ainda que alguns julgassem exagerado, demais, haveria muitos outros que considerariam interessante, oportuno, contagiante, envolvente…, demais! Certamente meu louvor deveria ser ouvido a uma distância muito maior que o grito de gol da torcida campeã, não no volume da voz, mas no efeito de seu alcance, afinal, enquanto louvo, canto, oro e vivo, deveria declarar a minha felicidade de ter sido alcançado pela graça e liberto por Cristo. Minha devoção não deveria estar estampada em uma camiseta promocional, ou na camisa oficial, como as marcas dos patrocinadores, mas gravada em meu coração e, a exemplo de Paulo, eu também deveria trazer ” em meu corpo as marcas de Jesus Cristo”, não como as tatuagens que homenageiam pessoas e grupos importantes, mas como evidências do sacrifício de amor que nos ofereceu acesso à vida eterna.

“Todos os habitantes de Sião celebrem em alta voz, pois grande é o Santo de Israel que vive em seu meio” , eis o convite do Céu a uma postura de coragem, fé e gratidão de nossa parte; até porque não há motivo maior para celebrar que a certeza de ter o Santo de Israel entre nós! Não há motivo algum para atribuirmos a qualquer outro evento, ou pessoa, um valor maior que aquele revelado na cruz do calvário, e isso precisa ser revelado a todo o mundo.

 

Senhor, hoje oro em gratidão por Tua companhia. Agradeço por enviares Teu Filho, Emanuel, para manifestar de maneira incomparável, o Teu amor por mim. Obrigado pela manifestação da graça libertadora e salvadora. Obrigado pelas bençãos recebidas e pela orientação do Espírito. Ajuda-me a tornar o meu testemunho mais efetivo, de forma que Teu nome seja honrado através das minhas ações e decisões. Perdoa, por favor, as minhas falhas e fortaleça a minha  fé. Amém!

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Quem Escreve:

Marcílio Egídio

Esposo, pai e pastor – nessa ordem. Eterno aprendiz da arte de servir. Um colecionador de bons amigos.