Nada pode conter a eternidade. Não existe espaço vazio o suficiente para ela. Não há medida que consiga dizer o tamanho, peso ou profundidade. É uma palavra para designar o que não tem início ou fim. Um mistério que a mente não consegue entender. Se olho para baixo vejo o finito chão. Para o tempo, vejo a brevidade da vida humana. Para o coração, encontro os limites egoístas das intenções. A única coisa capaz de unir tempo e amor é a eternidade.

O tempo nos concede um anseio pelo que é eterno. Almejamos uma agenda infinita para registrar dias sem fim. Mas se o coração não der o tom, perde-se a razão de viver tanto assim. O problema é que Jeremias nos avisou: “O coração humano é terrivelmente sombrio e enganoso” (Jer. 17:9). Por isso, é preciso algo maior que o coração para dar o propósito necessário que motive uma vida a ser eterna. Se o tempo provoca o anseio de uma vida eterna, o amor dá o propósito para viver tanto assim. Desta forma tornam-se um trio inseparável.

Não dá para fazer questão de uma vida eterna se não há razão para deixar um registro eterno. Só o amor produz tal motivo. Só o tempo consegue perpetuar esse anseio. Só a eternidade para garantir que tudo isso aconteça.

Gosto de como Eugene Peterson traduziu “Senhor” com por “Eterno”. Ele é o único capaz de dar sentido a uma vida vazia que vive caindo nos mesmos erros. Só o amor infinito demonstrado na Cruz para devolver sentido a uma vida miserável que insiste nos velhos erros. Só o sangue para cobrir o rosto corado de vergonha por ter que dizer: “errei outra vez”. Insisto: para que viver eternamente se o amor não motivar cada minuto do meu viver.

Nos próximos dias precisamos limpar a mente das concepções distorcidas de “eternidade” e “amor” de Deus. Uma mente CLEAN neste assunto garante um tempo prolongado de acertos capazes de deixar um legado inspirador. Mas tudo começa com o reconhecimento. A vida eterna começa com os joelhos dobrados ao lado da cama, enquanto o lençol é regado pelas lágrimas do reconhecimento de quem olhou para cima, não para baixo ou para os lados. Para o Céu infinito que não consegue abrigar o Eterno Senhor e Salvador. Nenhuma medida ou dimensão “será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus” (Rom. 8:39 NVI). Dá-me Senhor a compreensão de quem sou diante de Ti, o Eterno. Sou apenas pó esperando ganhar vida novamente.

* Texto Extraído de "CLEAN: UMA JORNADA EM BUSCA DO AMOR,TEMPO E ETERNIDADE", disponível em Amazon.com

QUEM ESCREVE:

Denison Cavalcante

Somente alguém tentando ver a vida com as lentes do Mestre. Amo a vida, os livros e minha família.