Grandes Mulheres - Asenate

” E a José chamou Faraó de Zafenate-Paneia e lhe deu por mulher a Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om; e percorreu José toda a terra do Egito. “

Gênesis 41:45
Asenate - Devocional - Grandes Mulheres - Marcilio Egidio - Coletivo Cafarnaum

Há muito tempo tenho ouvido dizer que março é o mês das mulheres. Certamente esta definição está ligada ao dia 08 – Dia Internacional da Mulher – embora, também em março, muitos comemorem o Dia da Oração (04), o Dia do Paleontólogo (7), o Dia do Telefone (10), o Dia Internacional das Florestas (21), o Dia Mundial da Água (23), o Dia Mundial da Meteorologia, o Dia da Constituição (25) e o Dia do Circo (27), para citar apenas os mais destacados e lembrados.

Mas o Dia Internacional da Mulher é celebrado em vários países, desde que essa data tornou-se um consenso, principalmente entre os movimentos feministas, a partir do início do século XX. A data refere-se a uma greve geral de milhares de operárias russas em 1917. Aquela manifestação de coragem foi tão expressiva que muitas líderes de movimentos feministas tomaram tal data como referência para suas bandeiras.

Sendo assim, por esses dias, vamos nos lembrar de mulheres importantes que tiveram seus nomes marcados na história bíblica e nos deixaram grandes lições. Algumas delas, como veremos, receberam mais destaque no registro de seus feitos, enquanto outras receberam um pouco menos, sem com isso, determinar menor importância na grandeza de seus atos. Foram mães, esposas, irmãs, juízas, profetizas. Foram companheiras, guerreiras, conciliadoras e grandes educadoras. Mulheres simples e espetaculares, que nos deixaram, como legado, uma vida de devoção e obediência a Deus.

A primeira dessa nossa lista de memoráveis, como já vimos anunciado no verso de hoje, é Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om, que foi dada pelo faraó como esposa a José, quando este foi nomeado governador do Egito. Como vemos descrito no livro de Gênesis, Asenate era procedente de uma das famílias sacerdotais mais eminentes no Egito. Aparentemente o faraó planejava, com essa atitude, aumentar o prestígio, a honra e a reputação de José, ampliando assim o alcance de sua autoridade como governador do Egito. Era comum naqueles tempos, por exemplo, que os reis se casassem com mulheres que eram filhas de famílias sacerdotais, justamente por essa razão.

Om era a cidade do grande templo do sol, que ficava a alguns quilômetros de Mênfis, na margem oriental do Nilo. Esse templo sempre exerceu grande influência sobre a vida religiosa do povo durante muitos séculos. Ainda sob essa influência, os gregos deram mais tarde a Mênfis o nome de Heliópolis. Certamente José foi destacado socialmente através deste casamento.

O nome de Asenate aparece três vezes no relato bíblico. Em um está relacionado ao seu casamento com José, e nos outros dois está ligado aos nomes de seus dois filhos – Manassés e Efraim. Sempre que a cita, o autor do texto sagrado faz questão de lembrar a origem sacerdotal de sua família.

O que me surpreende nesta história é o fato de José ter recebido um nome egípcio para identificá-lo em sua nova função, casar-se com uma sacerdotisa de Om e ainda assim dar nomes hebreus a seus filhos nascidos no Egito. Outro detalhe importante, nesse quadro, é a certeza desses meninos terem sido criados e educados nos moldes da religião e cultura hebraicas, uma vez que se tornaram, mais tarde, líderes de duas tribos de Israel, lembrados em pé de igualdade com os demais filhos de Jacó.

Ainda que José estivesse muito ocupado com os afazeres de governador do Egito, cuidando para que seu país tivesse condições de sobreviver aos sete anos de fome que se aproximavam, não houve nenhuma interferência por parte da família de sua esposa no trato da educação de seus filhos. Isso me leva a crer que Asenate também estava entre aqueles que reconheciam o agir de Deus na vida de seu esposo José. Muito provavelmente por ter sido criada num ambiente de devoção religiosa, reconhecia a soberania daquele Deus invisível que fora apresentado por José às mais altas classes da sociedade egípcia. Ela certamente percebia a maneira como o Eterno tornava produtivo os feitos de seu marido, e muito provavelmente por essa razão, aceitou para si o desafio de educar seus filhos de acordo com os princípios defendidos por José.

Diante desse quadro vejo o agir de um Deus que busca abençoar seus filhos onde quer que se encontrem, não importam as circunstâncias ou possíveis impedimentos. Um Pai que planeja e organiza o Universo de tal modo a criar os meios que entende oportunos para declarar seu amor à humanidade. Um Deus que juntou o primeiro casal como prova de que estaria disposto a ajudar todos os seus filhos, em todos os tempos, a alcançarem a felicidade através do casamento. No caso de José e Asenate, José ofereceu a sua esposa as condições necessárias para que ela conhecesse o Deus que o abençoara até aquele momento, e ela, em contra partida, oferece a José não só as condições de circular entre os mais nobres da sociedade egípcia, mas também a tranquilidade de que seus filhos continuariam servido o Deus de Abraão, Isaque, Jacó e José – seu esposo.

Asenate me dá provas de um Deus que cuida dos detalhes, quando  assim  o permitimos. Um Deus que nunca será surpreendido, e por esta razão, terá sempre o melhor futuro planejado para seus filhos. Deus tinha planos de tornar José um grande homem, e fez questão de colocar ao seu lado uma grande mulher.

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Marcilio Egidio - Marcilio - Egidio - Coletivo Cafarnaum

Marcilio Egidio

Esposo, pai e pastor – nessa ordem. Eterno aprendiz da arte de servir. Alguém que decidiu colecionar os melhores amigos que a vida pode oferecer.